Quando o sorteio das meias-finais da Taça de Portugal ditou os confrontos entre Porto e Estrela da Amadora, e entre Nacional e Paços de Ferreira, o mundo do futebol pensou que, com maior ou menor dificuldade, os finalistas estariam à partida encontrados. Seriam FC Porto e Nacional da Madeira os intervenientes desta época no espectáculo do Jamor (e sim, apoio e apoiarei o Estádio Nacional como melhor local para se realizar a Final, ontem, hoje, provavelmente amanhã).
O futebol é uma caixinha de surpresas e o potencialmente melhor preparado Nacional foi surpreendido em plena Choupana por um Paços de Ferreira que pela primeira vez ao longo da actual época respira no campeonato com alguma tranquilidade.
A equipa sofreu de dores de crescimento ao longo de quase toda a época. Afinal, sofreu uma transição de treinadores com métodos e formas de pensar bastante diferentes. Saiu José Mota, homem da casa, e com obra feita no clube, chegou o promissor Paulo Sérgio, ex-jogador do Paços e ex-treinador do Beira-Mar.
De facto foram inúmeras as críticas ao jovem técnico. O Paços perdeu por 6 vezes nas primeiras 7 jornadas, provavelmente por alterar em demasia a forma de jogar, de partida para partida, mais em função do adversário, e das exigências que cada jogo previsivelmente traria. De facto, é difícil compreender e vai contra todas as 'regras' do futebol promover tanta rotatividade entre sistemas, que era o que acontecia no Paços, algures entre o 3x5x2, o 4x3x3 e o 4x2x3x1.
Actualmente, Paulo Sérgio já não o faz. Tem um sistema base - o 4x3x3 e promove algumas nuances de acordo com o adversário, ora interiorizando mais os extremos, ora jogando em duplo pivot defensivo, ora utilizando uma frente de ataque mais móvel. A base, contudo, mantém-se. E o facto de os melhores resultados aparecerem na fase terminal da época, quando os jogadores melhor assimilaram este conceito, não será de estranhar. Mérito também do treinador, jovem português com qualidade e margem de progressão. E muito importante, privilegia as boas ideias, o futebol positivo.
Nas quatro linhas, é na defesa que mora o ser o sector mais frágil da equipa. Na baliza, a herança deixada por Peçanha era enorme. Cássio é um bom guarda-redes, mas capaz do melhor e por vezes do pior, deixando a equipa algo insegura. À sua frente, Ricardo, central de raiz, ocupa mais frequentemente o flanco direito da defesa, desde que Ferreira subiu para o meio-campo. À esquerda, Jorginho chegado no Inverno, dá muita qualidade à equipa, forte a defender, forte a atacar. No centro da defesa Danielson e Kelly fazem uma dupla razoável, algo normal, porque o brasileiro chegou apenas em Janeiro e o francês é lateral esquerdo de origem.
É no meio-campo que reside a maior riqueza de opções no Paços. Paulo Sousa, Pedrinha, Dedé, Filipe Anunciação e o referido Ferreira conferem segurança defensiva, apesar de Pedrinha ser de todos o mais dotado tecnicamente, o mais criterioso na posse de bola. Depois, Rui Miguel e Cristiano, um português e um brasileiro, as duas mais valias da equipa, os jogadores mais capazes de desequilibrar o adversário. Jogando mais sobre a ala, ou mais puxados ao centro, a equipa ganha criatividade e qualidade com estes elementos.
Na frente, na ausência do goleador William, André Pinto, Carlos Carneiro ou Edson dotam o Paços de soluções importantes.
É com este plantel que o Paços afastou Naval, Vizela, Arouca e Rebordosa. E que vai permitir a Paulo Sérgio coroar com uma final a sua época de estreia num clube primodivisionário. Ao mesmo tempo que se trata de um grande prémio para uma equipa modesta, cumpridora e séria.
No Jamor o favoritismo está todo do lado do Porto. Os castores chegarão a esse palco conscientes desse facto, mas sabendo que o futebol é uma caixinha de surpresas e que num dia bom, conjugado com uma tarde menos feliz dos dragões, a equipa tem hipóteses de conquistar o troféu. E mesmo que não aconteça, as competições europeias, em 2009/2010 já colocarão os pacenses no mapa do futebol europeu. Quem diria?
O futebol é uma caixinha de surpresas e o potencialmente melhor preparado Nacional foi surpreendido em plena Choupana por um Paços de Ferreira que pela primeira vez ao longo da actual época respira no campeonato com alguma tranquilidade.
A equipa sofreu de dores de crescimento ao longo de quase toda a época. Afinal, sofreu uma transição de treinadores com métodos e formas de pensar bastante diferentes. Saiu José Mota, homem da casa, e com obra feita no clube, chegou o promissor Paulo Sérgio, ex-jogador do Paços e ex-treinador do Beira-Mar.
De facto foram inúmeras as críticas ao jovem técnico. O Paços perdeu por 6 vezes nas primeiras 7 jornadas, provavelmente por alterar em demasia a forma de jogar, de partida para partida, mais em função do adversário, e das exigências que cada jogo previsivelmente traria. De facto, é difícil compreender e vai contra todas as 'regras' do futebol promover tanta rotatividade entre sistemas, que era o que acontecia no Paços, algures entre o 3x5x2, o 4x3x3 e o 4x2x3x1.
Actualmente, Paulo Sérgio já não o faz. Tem um sistema base - o 4x3x3 e promove algumas nuances de acordo com o adversário, ora interiorizando mais os extremos, ora jogando em duplo pivot defensivo, ora utilizando uma frente de ataque mais móvel. A base, contudo, mantém-se. E o facto de os melhores resultados aparecerem na fase terminal da época, quando os jogadores melhor assimilaram este conceito, não será de estranhar. Mérito também do treinador, jovem português com qualidade e margem de progressão. E muito importante, privilegia as boas ideias, o futebol positivo.
Nas quatro linhas, é na defesa que mora o ser o sector mais frágil da equipa. Na baliza, a herança deixada por Peçanha era enorme. Cássio é um bom guarda-redes, mas capaz do melhor e por vezes do pior, deixando a equipa algo insegura. À sua frente, Ricardo, central de raiz, ocupa mais frequentemente o flanco direito da defesa, desde que Ferreira subiu para o meio-campo. À esquerda, Jorginho chegado no Inverno, dá muita qualidade à equipa, forte a defender, forte a atacar. No centro da defesa Danielson e Kelly fazem uma dupla razoável, algo normal, porque o brasileiro chegou apenas em Janeiro e o francês é lateral esquerdo de origem.
É no meio-campo que reside a maior riqueza de opções no Paços. Paulo Sousa, Pedrinha, Dedé, Filipe Anunciação e o referido Ferreira conferem segurança defensiva, apesar de Pedrinha ser de todos o mais dotado tecnicamente, o mais criterioso na posse de bola. Depois, Rui Miguel e Cristiano, um português e um brasileiro, as duas mais valias da equipa, os jogadores mais capazes de desequilibrar o adversário. Jogando mais sobre a ala, ou mais puxados ao centro, a equipa ganha criatividade e qualidade com estes elementos.
Na frente, na ausência do goleador William, André Pinto, Carlos Carneiro ou Edson dotam o Paços de soluções importantes.
É com este plantel que o Paços afastou Naval, Vizela, Arouca e Rebordosa. E que vai permitir a Paulo Sérgio coroar com uma final a sua época de estreia num clube primodivisionário. Ao mesmo tempo que se trata de um grande prémio para uma equipa modesta, cumpridora e séria.
No Jamor o favoritismo está todo do lado do Porto. Os castores chegarão a esse palco conscientes desse facto, mas sabendo que o futebol é uma caixinha de surpresas e que num dia bom, conjugado com uma tarde menos feliz dos dragões, a equipa tem hipóteses de conquistar o troféu. E mesmo que não aconteça, as competições europeias, em 2009/2010 já colocarão os pacenses no mapa do futebol europeu. Quem diria?
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