Quartos de final da Liga dos Campeões. Persistem as oito melhores equipas, das 32 que tiveram um desempenho mais positivo na época passsada. Somam-se demonstrações do futebol de alto nível, aquele que ensina a gostar deste jogo, que converte até os mais cépticos.
Podem ser duelos tácticos, autênticas partidas de xadrez no relvado, como o jogo do Dragão entre Porto e Atlético de Madrid. Podem ser vitórias inquestionáveis, baseadas na intensidade como a do Liverpool frente ao Real Madrid, ou na beleza pura do futebol mais fantástico como a do Barcelona frente ao Bayern. Ou até mesmo empates loucos como o de ontem em Stamford Bridge, entre Chelsea e Liverpool. Com emoção, erros, reviravoltas no marcador, boas jogadas, e golos!
A partida entre estes dois rivais ingleses deveria fazer parte do manancial do verdadeiro futebol, o futebol espectáculo. E ser apresentada áqueles que, com total legitimidade, duvidam, desprezam ou criticam este desporto. Ao mesmo tempo que se devia perceber tudo aquilo que estava em jogo.
Os milhões de euros, o prestígio, a 'simples' vitória num confronto excepcional, a capacidade de alegrar os seus adeptos no que muitos consideravam o duelo da época, a oportunidade de seguir em frente na melhor prova futebolística do planeta, o desafio de tentar derrotar o Barcelona que muitos consideram a melhor equipa do mundo, os duelos individuais: entre os jogadores, entre os mestres de banco, Hiddink e Benitez.
À partida, depois do que se viu na primeira mão, a eliminatória estaria muito perto de estar sentenciada. A vantagem do Chelsea era bastante grande, e a este nível, que prima pelo equilíbrio, existem poucas reviravoltas espectaculares. No mais, o grande capitão e melhor jogador da equipa, Gerrard, falhou o teste físico de última hora, e ficou de fora da partida.
Mas pensar assim era, admito, desprezar o espírito centenário do magnífico Liverpool, o clube mais vitorioso da pátria do futebol, o segundo clube com mais Taças dos Campeões conquistadas, o clube que há poucos anos conseguiu o, desde aí apelidado, 'Milagre de Istambul', quando recuperou de uma desvantagem de 0x3 para derrotar o Milan na final. O clube suportado pelos melhores adeptos do mundo, ao lado da equipa, nas vitórias, nas derrotas, nos períodos melhores e nos menos bons. Alma de vitória, espírito de luta que se respira em Anfield e se estende aos jogadores, principalmente nestes grandes palcos.
O jogo em si não foi brilhante a nível tactico. Bastantes erros individuais e colectivos, alguns por demérito próprio, outros provocados.
O Chelsea manteve a mesma equipa de Anfield, montada num 4x3x3 em que Malouda baixava bastantes vezes ao meio-campo (um pouco à imagem do que faz Rodriguez no Porto), e apenas Ricardo Carvalho surgiu no lugar de Terry. No mais, Ivanovic continuou a ser preferido a Belletti ou Mancienne na lateral direita, e Ballack a Deco ou Mikel no meio-campo.
Na ausência de Gerrard, Benitez desmontou o 'Europeu' 4x2x3x1 e jogou também ele num 4x3x3 onde Lucas, Alonso e Mascherano (e como é diferente o Liverpool com o argentino) preenchiam o meio-campo, e Kuyt e Benayoun não estavam tão juntos à ala, antes surgiam mais próximos de Fernando Torres. Também por isso jogou o israelita em detrimento de Riera.
Incrivelmente, aos 28 minutos o Liverpool vencia já por 2x0 e estava a um golo de ficar em vantagem na eliminatória. Xabi Alonso e Fábio Aurélio souberam aproveitar dois erros de Ivanovic e Cech, e os 'reds' ganharam importantíssimo ascendente mental. Contudo, o Chelsea voltou melhor do balneário e deu a volta ao resultaodo. 3x2 aos 80 minutos, pensar-se-ia que tudo teria terminado. Puro engano, aos 84 o resultado ja era favorável ao Liverpool por 4x3, e a esperança dos seus adeptos era legítima. Enterrada aos 90 minutos pelo segundo golo de Lampard e o gesto de Drogba para os adeptos, dizendo que tudo tinha acabado.
O espectáculo não terminaria sem mais três grandes episódios. Ainda na compensação, enquanto se viam os jogadores do Liverpool a correr como se o cronómetro marcasse uns 30 minutos, Essien retirou, de forma fantástica, com a cabeça, uma bola em cima da linha de golo. O apito do árbitro deu azo a grandes manifestações nas bancadas - centenas de bandeiras do Chelsea ao vento, vozes em coro dos adeptos do Liverpool entoando o 'You'll never walk alone' e um arrepio na espinha que concerteza percorreu todos os amantes do futebol. Mesmo aqueles que torciam pelo Liverpool. Afinal, tínhamos acabado de assistir a um dos grandes confrontos do século. Quando será o próximo?
Podem ser duelos tácticos, autênticas partidas de xadrez no relvado, como o jogo do Dragão entre Porto e Atlético de Madrid. Podem ser vitórias inquestionáveis, baseadas na intensidade como a do Liverpool frente ao Real Madrid, ou na beleza pura do futebol mais fantástico como a do Barcelona frente ao Bayern. Ou até mesmo empates loucos como o de ontem em Stamford Bridge, entre Chelsea e Liverpool. Com emoção, erros, reviravoltas no marcador, boas jogadas, e golos!
A partida entre estes dois rivais ingleses deveria fazer parte do manancial do verdadeiro futebol, o futebol espectáculo. E ser apresentada áqueles que, com total legitimidade, duvidam, desprezam ou criticam este desporto. Ao mesmo tempo que se devia perceber tudo aquilo que estava em jogo.
Os milhões de euros, o prestígio, a 'simples' vitória num confronto excepcional, a capacidade de alegrar os seus adeptos no que muitos consideravam o duelo da época, a oportunidade de seguir em frente na melhor prova futebolística do planeta, o desafio de tentar derrotar o Barcelona que muitos consideram a melhor equipa do mundo, os duelos individuais: entre os jogadores, entre os mestres de banco, Hiddink e Benitez.
À partida, depois do que se viu na primeira mão, a eliminatória estaria muito perto de estar sentenciada. A vantagem do Chelsea era bastante grande, e a este nível, que prima pelo equilíbrio, existem poucas reviravoltas espectaculares. No mais, o grande capitão e melhor jogador da equipa, Gerrard, falhou o teste físico de última hora, e ficou de fora da partida.
Mas pensar assim era, admito, desprezar o espírito centenário do magnífico Liverpool, o clube mais vitorioso da pátria do futebol, o segundo clube com mais Taças dos Campeões conquistadas, o clube que há poucos anos conseguiu o, desde aí apelidado, 'Milagre de Istambul', quando recuperou de uma desvantagem de 0x3 para derrotar o Milan na final. O clube suportado pelos melhores adeptos do mundo, ao lado da equipa, nas vitórias, nas derrotas, nos períodos melhores e nos menos bons. Alma de vitória, espírito de luta que se respira em Anfield e se estende aos jogadores, principalmente nestes grandes palcos.
O jogo em si não foi brilhante a nível tactico. Bastantes erros individuais e colectivos, alguns por demérito próprio, outros provocados.
O Chelsea manteve a mesma equipa de Anfield, montada num 4x3x3 em que Malouda baixava bastantes vezes ao meio-campo (um pouco à imagem do que faz Rodriguez no Porto), e apenas Ricardo Carvalho surgiu no lugar de Terry. No mais, Ivanovic continuou a ser preferido a Belletti ou Mancienne na lateral direita, e Ballack a Deco ou Mikel no meio-campo.
Na ausência de Gerrard, Benitez desmontou o 'Europeu' 4x2x3x1 e jogou também ele num 4x3x3 onde Lucas, Alonso e Mascherano (e como é diferente o Liverpool com o argentino) preenchiam o meio-campo, e Kuyt e Benayoun não estavam tão juntos à ala, antes surgiam mais próximos de Fernando Torres. Também por isso jogou o israelita em detrimento de Riera.
Incrivelmente, aos 28 minutos o Liverpool vencia já por 2x0 e estava a um golo de ficar em vantagem na eliminatória. Xabi Alonso e Fábio Aurélio souberam aproveitar dois erros de Ivanovic e Cech, e os 'reds' ganharam importantíssimo ascendente mental. Contudo, o Chelsea voltou melhor do balneário e deu a volta ao resultaodo. 3x2 aos 80 minutos, pensar-se-ia que tudo teria terminado. Puro engano, aos 84 o resultado ja era favorável ao Liverpool por 4x3, e a esperança dos seus adeptos era legítima. Enterrada aos 90 minutos pelo segundo golo de Lampard e o gesto de Drogba para os adeptos, dizendo que tudo tinha acabado.
O espectáculo não terminaria sem mais três grandes episódios. Ainda na compensação, enquanto se viam os jogadores do Liverpool a correr como se o cronómetro marcasse uns 30 minutos, Essien retirou, de forma fantástica, com a cabeça, uma bola em cima da linha de golo. O apito do árbitro deu azo a grandes manifestações nas bancadas - centenas de bandeiras do Chelsea ao vento, vozes em coro dos adeptos do Liverpool entoando o 'You'll never walk alone' e um arrepio na espinha que concerteza percorreu todos os amantes do futebol. Mesmo aqueles que torciam pelo Liverpool. Afinal, tínhamos acabado de assistir a um dos grandes confrontos do século. Quando será o próximo?
2 comentários:
Fantástico texto! Mas ainda assim eu acrescentaria: Futebol é tudo isto e muito mais. Lembro-me do Portugal-Inglaterra do Euro 2000, sobretudo o momento do golo do Figo. Como me lembro do golo do Costinha em Manchester. E que dizer do chapéu do Rui Costa contra a Irlanda? E já que falamos nesse grande jogador, que dizer do momento em que ele, como jogador da Fiorentina, marca um golo ao Benfica e instantaneamente desfaz-se em lágrimas?
Rui Costa,
nada como referir o seu homónimo para puxar a brasa à sua sardinha :)
De facto tem razão, são bons momentos que nunca mais acabam! E ainda bem que assim é.
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