O futuro de Jesualdo

à(s) 02:50

sábado, 7 de março de 2009


Este é um tema que tem vindo a ser cada vez mais dominante na actualidade do Porto. Ainda na antevisão à partida deste fim de semana com o Leixões, a pergunta foi novamente colocada a Jesualdo Ferreira. O treinador escusou-se a responder, mas disse uma verdade: já se fala sobre este assunto desde Novembro.

É normal. Ou não se tratasse do treinador de um dos grandes, bicampeão nacional. Que ainda assim, está a léguas de conseguir consenso entre os adeptos do Porto. Uma das razões, a sua ligação emocional com o Benfica (aconteceu o mesmo com Fernando Santos, 'engenheiro do penta'). A outra, será o pouco sucesso em provas a eliminar.
O Porto de Jesualdo é uma equipa muito forte em provas de regularidade. É assim na fase de grupos da Liga dos Campeões (onde conseguiu dois inéditos primeiros lugares, à frente de Liverpool e Arsenal). É assim no Campeonato Nacional, onde após uma primeira temporada que primou pelo maior equilíbrio (Jesualdo chegou a meio da pré época, e teve de transformar uma equipa moldada em 3-3-4), arrancou para uma segunda demolidora a todos os níveis. Em 2008/09 novamente maior equilíbrio, por alguma transformação que sofre a equipa, e também pela subida dos rivais.
Em provas a eliminar tem sido um Porto com mais dificuldades. Quer na Taça de Portugal, quer na Taça da Liga, quer na fase mais adiantada da Champions. Apesar de tudo, excepção feita à Taça da Liga, nesta época há perspectivas diferentes para Jesualdo. Segue a caminho da final da Taça de Portugal, e na Europa, tem grandes probabilidades de atingir os quartos de final.

Não raras vezes os críticos apontam-lhe alguma falta de postura. Mas goste-se ou não, o treinador do FCP, opta por um discurso à Porto. Identificado com a realidade do clube, os seus problemas, as suas mais valias. Depois, não esquecer o seu excelente trabalho 'de campo', traduzido num crescimento enquanto activos de muitos dos seus jogadores. E acredito, num trabalho importante a nível de estruturação do clube, e das suas manobras de futuro. A médio prazo também.
Mas esta constatação, somada a títulos, não chega aos adeptos do Porto, que actualmente, são os mais exigentes em Portugal. E consequência, Jesualdo nunca foi um treinador consensual.

Actualmente põe-se a questão sobre a sua continuidade. Muitos há que a defendem, com base em resultados. Seria talvez mais natural que assim fosse. Mas não me parece. No Porto, mais do que a resultados, olham-se a ciclos. Foi assim, por exemplo, com Carlos Alberto Silva, Robson, Oliveira ou Fernando Santos. E é provavelmente esta uma das razões para o sucesso do clube.
Por isto acredito que o ciclo de Jesualdo terminou. O sucessor? Tem-se falado muito de Jesus ou Paulo Bento, técnicos, indiscutivelmente, do agrado de Pinto da Costa. Eu juntava um nome: Carlos Azenha.

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