Tinha-o aqui escrito, a primeira mão das meias finais, tinha deixado bastante a desejar. Também no jogo de Manchester, mas principalmente no de Barcelona. A estirpe desta competição, a qualidade das equipas, dos seus jogadores, dos seus técnicos fazia-nos esperar muito mais. Não foi bem assim, mas apesar de tudo viu-se muito mais futebol e emoção do que há uma semana atrás.
Arsenal x Manchester Utd - Em Londres esperava ao Arsenal uma tarefa hercúlea, mas não impossível. Apesar de tudo, defrontar o Manchester Utd, que além de fortíssimo a defender tem jogadores perigosíssimos para jogar em contra-ataque, com uma desvantagem de 0x1 era difícil. As ausências de Gallas, Clichy ou Arshavin não ajudavam.
No entanto, alertei há uns tempos atrás para o facto de o Arsenal ir crescer bastante como equipa no último terço da temporada, alicerçado no regresso pós-lesão de muitas das suas grandes figuras. A verdade é que esta jovem equipa ainda não foi suficiente para o Manchester, e o que se viu ao longo de 180min foi ainda uma grande diferença de qualidade. Além de processos de jogo, de opções ou não estivessem no banco do Arsenal Fabianski, Silvestre, Eboué, Denilson, Diaby, Vela e Bendtner ao passo que no do Manchester, ao lado de Alex Ferguson se sentavam Kuszsack, Evans, Rafael, Scholes, Giggs, Tevez e Berbatov.
No mais, foi um Arsenal diferente da primeira mão. A entrada de Van Persie para o lugar de Diaby permitiu à equipa jogar no esquema que mais gosta, o 4x4x2 clássico, com Van Persie a baixar muitas vezes entre linhas, para as costas de Adebayor. Ferguson tambem alterou, para um 4x3x3 com Rooney e Park nas alas, Ronaldo na frente e Anderson, Fletcher e Carrick no meio-campo.
A estória do jogo quase se resume ao impacto do primeiro golo no jogo, à extraordinária partida de Ronaldo, à superioridade do trio de meio campo do United sobre Fabregas e Song, à fantástica competência defensiva de Ferdinand e Vidic e à constação de que o MU é de facto uma equipa especial e que o Arsenal ainda precisa de crescer para se bater a este nível. Ronaldo foi o melhor em campo, ao passo que do lado do Arsenal apenas Van Persie mostrou argumentos para incomodar o Manchester.
Chelsea x Barcelona - Stamford Bridge completamente cheio, muita gente com o 4x4 com o Liverpool na mente, pensando que o jogo de Barcelona tinha sido uma espécie de equívoco. A verdade é que o 11 inicial de ambas as equipas, fazia antever que se assistiria a um jogo melhor, mais aberto, sem complexos de inferioridade. O Chelsea porque preferiu Anelka a Obi Mikel, o Barça porque estava desfalcado de Marquez, Puyol e Henry (que são factos que convém não esquecer).
Teorizando, poder-se-ia antever que o primeiro golo traria indícios muito precisos sobre o apurado. Porque o Chelsea se marcasse primeiro poderia baixar as linhas e jogar como preferia frente a este Barça, porque o Barcelona se marcasse primeiro poderia aproveitar como tão bem sabe o espaço que o Chelsea seria obrigado a dar. Marcou o Chelsea, colocando-se em vantagem na eliminatória. As linhas dos blues baixaram muitos metros, quase sempre com 10 jogadores atrás do meio-campo, sem espaço para os blaugrana praticarem o seu futebol. Pelo contrário, o Chelsea foi sempre perigoso no ataque, com Drogba a assumir um papel de destaque. O jogo desenvolveu-se quase sempre nesta toada, espanhóis com pouco espaço para explanarem o seu melhor futebol, ingleses quase sempre melhores e mais perigosos ao longo dos 90 minutos. Até aos 93 minutos de jogo, com o golaço de Iniesta, que não quis ficar atrás do grande pontapé de Essien.
Uma palavra para os treinadores. Hiddink velha raposa, é um mestre do jogo, Pep Guardiola, é na sua época de estreia uma confirmação, que colocou uma equipa a jogar o futebol mais espectacular dos últimos anos. Contudo, no domínio da intervenção no decorrer do jogo, não me parece terem estado tão bem.
Guardiola porque demorou demasiado tempo a perceber que, na ausência de Henry, e perante jogo tão apagado de Busquets, ao mesmo tempo que Iniesta demonstrava ser o jogador mais interventivo da equipa, seria uma boa opção puxar o baixinho para o meio-campo onde o Barça estava com tanta dificuldade em contruir jogo, substituindo Busquets por Bojan. Hiddink porque com 70 minutos de jogo, uma superioridade inequívoca e mais um jogador em campo, aproveitou alguma inferioridade física de Drogba para o substituir por Belletti. Ultra-conservadorismo, especialmente quando havia Kalou no banco, fortíssimo em contra-ataque e com Keita adaptado a lateral-esquerdo. O holandês que estudou tão bem o Barça, esqueceu-se de uma coisa: estes culés, podem sempre e em qualquer circunstância marcar um golo. Hiddink podia ter-se precavido tentando forçar o segundo. Não pensou assim, saiu. Foi Guardiola quem, onde Mourinho foi feliz, fez de Setubalense, e encetou um sprint ao longo da linha lateral, festejando o golo de Iniesta (melhor em campo a par de Essien).
No cômputo geral, a eliminatória foi equilibrada. Bastante melhor o Barcelona na primeira mão, bastante melhor o Chelsea hoje. Obviamente que é impossível passar ao lado da arbitragem, mas se há, no máximo 3 penaltys não assinalados a favor do Chelsea (coisa nunca vista e impensável a este nível), na eliminatória houve também prejuízo para o Barcelona num penalty sobre Henry e numa expulsão perdoada a Ballack na primeira mão e numa má decisão do árbitro ao expulsar Abidal na segunda. Assim, por tudo isto, é difícil encontrar justiça no apuramento de alguma das equipas. Na Hora H, acredito que tenha vencido o futebol.
A 27 de Maio encontram-se em Roma as duas equipas que praticam um futebol mais atraente. Aquelas que são mais capazes de trazer novos adeptos à modalidade, ao mesmo tempo que renovam o gosto dos que já são 'aficionados'. É provavelmente a Final mais ansiada que tenho memória, e sem dúvida será um espectáculo a não perder. Um palpite? Já o digo desde o início da época - Manchester United. Mas se for o Barça, o futebol agradece na mesma.
Arsenal x Manchester Utd - Em Londres esperava ao Arsenal uma tarefa hercúlea, mas não impossível. Apesar de tudo, defrontar o Manchester Utd, que além de fortíssimo a defender tem jogadores perigosíssimos para jogar em contra-ataque, com uma desvantagem de 0x1 era difícil. As ausências de Gallas, Clichy ou Arshavin não ajudavam.
No entanto, alertei há uns tempos atrás para o facto de o Arsenal ir crescer bastante como equipa no último terço da temporada, alicerçado no regresso pós-lesão de muitas das suas grandes figuras. A verdade é que esta jovem equipa ainda não foi suficiente para o Manchester, e o que se viu ao longo de 180min foi ainda uma grande diferença de qualidade. Além de processos de jogo, de opções ou não estivessem no banco do Arsenal Fabianski, Silvestre, Eboué, Denilson, Diaby, Vela e Bendtner ao passo que no do Manchester, ao lado de Alex Ferguson se sentavam Kuszsack, Evans, Rafael, Scholes, Giggs, Tevez e Berbatov.
No mais, foi um Arsenal diferente da primeira mão. A entrada de Van Persie para o lugar de Diaby permitiu à equipa jogar no esquema que mais gosta, o 4x4x2 clássico, com Van Persie a baixar muitas vezes entre linhas, para as costas de Adebayor. Ferguson tambem alterou, para um 4x3x3 com Rooney e Park nas alas, Ronaldo na frente e Anderson, Fletcher e Carrick no meio-campo.
A estória do jogo quase se resume ao impacto do primeiro golo no jogo, à extraordinária partida de Ronaldo, à superioridade do trio de meio campo do United sobre Fabregas e Song, à fantástica competência defensiva de Ferdinand e Vidic e à constação de que o MU é de facto uma equipa especial e que o Arsenal ainda precisa de crescer para se bater a este nível. Ronaldo foi o melhor em campo, ao passo que do lado do Arsenal apenas Van Persie mostrou argumentos para incomodar o Manchester.
Chelsea x Barcelona - Stamford Bridge completamente cheio, muita gente com o 4x4 com o Liverpool na mente, pensando que o jogo de Barcelona tinha sido uma espécie de equívoco. A verdade é que o 11 inicial de ambas as equipas, fazia antever que se assistiria a um jogo melhor, mais aberto, sem complexos de inferioridade. O Chelsea porque preferiu Anelka a Obi Mikel, o Barça porque estava desfalcado de Marquez, Puyol e Henry (que são factos que convém não esquecer).
Teorizando, poder-se-ia antever que o primeiro golo traria indícios muito precisos sobre o apurado. Porque o Chelsea se marcasse primeiro poderia baixar as linhas e jogar como preferia frente a este Barça, porque o Barcelona se marcasse primeiro poderia aproveitar como tão bem sabe o espaço que o Chelsea seria obrigado a dar. Marcou o Chelsea, colocando-se em vantagem na eliminatória. As linhas dos blues baixaram muitos metros, quase sempre com 10 jogadores atrás do meio-campo, sem espaço para os blaugrana praticarem o seu futebol. Pelo contrário, o Chelsea foi sempre perigoso no ataque, com Drogba a assumir um papel de destaque. O jogo desenvolveu-se quase sempre nesta toada, espanhóis com pouco espaço para explanarem o seu melhor futebol, ingleses quase sempre melhores e mais perigosos ao longo dos 90 minutos. Até aos 93 minutos de jogo, com o golaço de Iniesta, que não quis ficar atrás do grande pontapé de Essien.
Uma palavra para os treinadores. Hiddink velha raposa, é um mestre do jogo, Pep Guardiola, é na sua época de estreia uma confirmação, que colocou uma equipa a jogar o futebol mais espectacular dos últimos anos. Contudo, no domínio da intervenção no decorrer do jogo, não me parece terem estado tão bem.
Guardiola porque demorou demasiado tempo a perceber que, na ausência de Henry, e perante jogo tão apagado de Busquets, ao mesmo tempo que Iniesta demonstrava ser o jogador mais interventivo da equipa, seria uma boa opção puxar o baixinho para o meio-campo onde o Barça estava com tanta dificuldade em contruir jogo, substituindo Busquets por Bojan. Hiddink porque com 70 minutos de jogo, uma superioridade inequívoca e mais um jogador em campo, aproveitou alguma inferioridade física de Drogba para o substituir por Belletti. Ultra-conservadorismo, especialmente quando havia Kalou no banco, fortíssimo em contra-ataque e com Keita adaptado a lateral-esquerdo. O holandês que estudou tão bem o Barça, esqueceu-se de uma coisa: estes culés, podem sempre e em qualquer circunstância marcar um golo. Hiddink podia ter-se precavido tentando forçar o segundo. Não pensou assim, saiu. Foi Guardiola quem, onde Mourinho foi feliz, fez de Setubalense, e encetou um sprint ao longo da linha lateral, festejando o golo de Iniesta (melhor em campo a par de Essien).
No cômputo geral, a eliminatória foi equilibrada. Bastante melhor o Barcelona na primeira mão, bastante melhor o Chelsea hoje. Obviamente que é impossível passar ao lado da arbitragem, mas se há, no máximo 3 penaltys não assinalados a favor do Chelsea (coisa nunca vista e impensável a este nível), na eliminatória houve também prejuízo para o Barcelona num penalty sobre Henry e numa expulsão perdoada a Ballack na primeira mão e numa má decisão do árbitro ao expulsar Abidal na segunda. Assim, por tudo isto, é difícil encontrar justiça no apuramento de alguma das equipas. Na Hora H, acredito que tenha vencido o futebol.
A 27 de Maio encontram-se em Roma as duas equipas que praticam um futebol mais atraente. Aquelas que são mais capazes de trazer novos adeptos à modalidade, ao mesmo tempo que renovam o gosto dos que já são 'aficionados'. É provavelmente a Final mais ansiada que tenho memória, e sem dúvida será um espectáculo a não perder. Um palpite? Já o digo desde o início da época - Manchester United. Mas se for o Barça, o futebol agradece na mesma.
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