Actualmente em Portugal discutem-se as razões para os maus resultados da Selecção Nacional. Razões essas que certamente não estarão isoladas, muito menos limitadas a uma menor performance dos jogadores ou do treinador.
O facto é que são eles os rostos mais visíveis, aqueles que directamente podem alterar o estado de coisas. A verdade é que o edifício federativo não é bem solidificado, não há uma visão de futuro, e muito menos um fenómeno de identidade nacional e de políticas definidas existe. O problema, penso eu, extravasa ainda o âmbito mais estrito da federação, e vai ainda de encontro aos clubes, à sua política de recrutamento, e ao seu futebol jovem. No sentido figurado, há demasiados interesses para que todos possam remar para o mesmo lado.
É certo que Scolari conseguia disfarçar bem este estado de coisas, com os óptimos resultados alcançados. A verdade é que nem o brasileiro preparou convenientemente os anos vindouros (desconheço as competências que lhe foram atribuídas), nem os dirigentes federativos, assentes numa base de sucesso, foram capazes de lançar as sementes para um futuro próspero. Hoje em dia é mais difícil. Queirós é reconhecidamente um homem mais bem preparado que o seu antecessor (e provavelmente o homem indicado) para levar a cabo esta reforma. Contudo, a conjectura actual não lhe permite desenvolver este trabalho a 100%. E o professor, através de algumas opções duvidosas, também não a tem conseguido reverter. Perante isto, Portugal encontra-se numa espécie de encruzilhada.
Uma questão importa deixar: existe ou não tempo e condições suficientes para que se possa preparar e proceder às reformas necessárias, sem comprometer a qualificação para o Mundial? Actualmente é muito difícil. Mas parece-me que ainda vamos a tempo. Há qualidade e competência para isso. Importa ter uma noção presente: preparar o futuro, não é sinónimo de comprometer o presente. Especialmente quando na actualidade existem condições mais do que suficientes para o sucesso.
E o sucesso passa pela união dos esforços de todos. Obviamente que nisto tudo há um nome que salta à vista: o de Cristiano Ronaldo. O melhor do mundo como suporte da nossa bandeira, com o peso do país sobre os ombros e o destino da selecção no pé direito, em cada 'rocket' ou na cabeça, depois de um cruzamento.
Aqui há os dois lados da moeda. Não tenho grandes dúvidas que Cristiano não reúne actualmente as melhores condições para ser o capitão de equipa. Primeiro porque não terá as características e a maturidade suficiente para o bom desempenho do cargo, e as suas declarações antes do jogo com a Suécia são disso prova. Depois porque a grande visibilidade e reconhecimento internacional, não é motivo isolado para ostentar a braçadeira. Messi não é capitão da Argentina, Kaká, Ronaldinho ou Robinho não capitaneiam o Brasil, Torres ou Fabregas idem na Espanha, Henry ou Ribery na França, entre muitos outros exemplos. Por fim porque a pressão dos adeptos portugueses sobre CR7 já está longe ser pequena e aumenta sendo ele o capitão de equipa.
Do outro lado, o jogador. Parece-me absolutamente injustificada a exigência, em regime de cobrança, colocada pelos portugueses sobre Ronaldo. Infelizmente é assim. Recordo-me perfeitamente do mesmo se passar com Figo. Hoje muitos comparam os dois, dizendo que Cristiano teria muito a aprender, a todos os níveis, com o jogador do Inter. Em Portugal antes de se idolatrar ou reconhecer, exige-se! Anos depois, nascem ídolos de barro, para contrapor às estrelas actuais.
Obviamente que não se pode exigir a mesma performance no clube de origem e na Selecção. Pela falta de mecanismos e de rotinas. Pela diferença infinita de tempo de treino. Pela falta de identificação com os jogadores, exponenciada por uma maior rotatividade nas convocatórias.
Particularizando em Ronaldo, acrescentaria a excessiva pressão de que é alvo, e a inexistência na Selecção do jogador que permite ao nosso nº 7, o avolumar de golos (essencialmente na época passada): Wayne Rooney. Obviamente que juntamente com toda a dinâmica da equipa do Man Utd. Mas é o inglês, a sua disciplina táctica, a capacidade de percorrer vários metros de terreno, o entendimento que tem com o português que permite o seu constante surgimento em condições de finalizar. Rooney parte da sua posição natural de avançado, mas sai muitas vezes desse habitat, em permuta com um Ronaldo vindo de trás em movimentos verticais, ou de um flanco em diagonais. Este é o Ronaldo dos golos, que os adeptos pretendem ver com as cores de Portugal.
Embora 63 internacionalizações e 22 golos não me pareçam de todo um mau score para um extremo. Embora pelo que anteriormente afirmei, e insistindo no que venho dito, mais do que um finalizador, vejo um pivot que poderia exponenciar esta forma de jogar do melhor do mundo, e ao mesmo tempo de toda a equipa: Nuno Gomes. No resto, Cristiano continua a ser importante. Pelos desequilíbrios em velocidade, pelo forte jogo aéreo, pela atenção que desperta no adversário, deixando muitas vezes livre o colega mais próximo. É isto que importa compreender.
O facto é que são eles os rostos mais visíveis, aqueles que directamente podem alterar o estado de coisas. A verdade é que o edifício federativo não é bem solidificado, não há uma visão de futuro, e muito menos um fenómeno de identidade nacional e de políticas definidas existe. O problema, penso eu, extravasa ainda o âmbito mais estrito da federação, e vai ainda de encontro aos clubes, à sua política de recrutamento, e ao seu futebol jovem. No sentido figurado, há demasiados interesses para que todos possam remar para o mesmo lado.
É certo que Scolari conseguia disfarçar bem este estado de coisas, com os óptimos resultados alcançados. A verdade é que nem o brasileiro preparou convenientemente os anos vindouros (desconheço as competências que lhe foram atribuídas), nem os dirigentes federativos, assentes numa base de sucesso, foram capazes de lançar as sementes para um futuro próspero. Hoje em dia é mais difícil. Queirós é reconhecidamente um homem mais bem preparado que o seu antecessor (e provavelmente o homem indicado) para levar a cabo esta reforma. Contudo, a conjectura actual não lhe permite desenvolver este trabalho a 100%. E o professor, através de algumas opções duvidosas, também não a tem conseguido reverter. Perante isto, Portugal encontra-se numa espécie de encruzilhada.
Uma questão importa deixar: existe ou não tempo e condições suficientes para que se possa preparar e proceder às reformas necessárias, sem comprometer a qualificação para o Mundial? Actualmente é muito difícil. Mas parece-me que ainda vamos a tempo. Há qualidade e competência para isso. Importa ter uma noção presente: preparar o futuro, não é sinónimo de comprometer o presente. Especialmente quando na actualidade existem condições mais do que suficientes para o sucesso.
E o sucesso passa pela união dos esforços de todos. Obviamente que nisto tudo há um nome que salta à vista: o de Cristiano Ronaldo. O melhor do mundo como suporte da nossa bandeira, com o peso do país sobre os ombros e o destino da selecção no pé direito, em cada 'rocket' ou na cabeça, depois de um cruzamento.
Aqui há os dois lados da moeda. Não tenho grandes dúvidas que Cristiano não reúne actualmente as melhores condições para ser o capitão de equipa. Primeiro porque não terá as características e a maturidade suficiente para o bom desempenho do cargo, e as suas declarações antes do jogo com a Suécia são disso prova. Depois porque a grande visibilidade e reconhecimento internacional, não é motivo isolado para ostentar a braçadeira. Messi não é capitão da Argentina, Kaká, Ronaldinho ou Robinho não capitaneiam o Brasil, Torres ou Fabregas idem na Espanha, Henry ou Ribery na França, entre muitos outros exemplos. Por fim porque a pressão dos adeptos portugueses sobre CR7 já está longe ser pequena e aumenta sendo ele o capitão de equipa.
Do outro lado, o jogador. Parece-me absolutamente injustificada a exigência, em regime de cobrança, colocada pelos portugueses sobre Ronaldo. Infelizmente é assim. Recordo-me perfeitamente do mesmo se passar com Figo. Hoje muitos comparam os dois, dizendo que Cristiano teria muito a aprender, a todos os níveis, com o jogador do Inter. Em Portugal antes de se idolatrar ou reconhecer, exige-se! Anos depois, nascem ídolos de barro, para contrapor às estrelas actuais.
Obviamente que não se pode exigir a mesma performance no clube de origem e na Selecção. Pela falta de mecanismos e de rotinas. Pela diferença infinita de tempo de treino. Pela falta de identificação com os jogadores, exponenciada por uma maior rotatividade nas convocatórias.
Particularizando em Ronaldo, acrescentaria a excessiva pressão de que é alvo, e a inexistência na Selecção do jogador que permite ao nosso nº 7, o avolumar de golos (essencialmente na época passada): Wayne Rooney. Obviamente que juntamente com toda a dinâmica da equipa do Man Utd. Mas é o inglês, a sua disciplina táctica, a capacidade de percorrer vários metros de terreno, o entendimento que tem com o português que permite o seu constante surgimento em condições de finalizar. Rooney parte da sua posição natural de avançado, mas sai muitas vezes desse habitat, em permuta com um Ronaldo vindo de trás em movimentos verticais, ou de um flanco em diagonais. Este é o Ronaldo dos golos, que os adeptos pretendem ver com as cores de Portugal.
Embora 63 internacionalizações e 22 golos não me pareçam de todo um mau score para um extremo. Embora pelo que anteriormente afirmei, e insistindo no que venho dito, mais do que um finalizador, vejo um pivot que poderia exponenciar esta forma de jogar do melhor do mundo, e ao mesmo tempo de toda a equipa: Nuno Gomes. No resto, Cristiano continua a ser importante. Pelos desequilíbrios em velocidade, pelo forte jogo aéreo, pela atenção que desperta no adversário, deixando muitas vezes livre o colega mais próximo. É isto que importa compreender.
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