Hoje na Choupana, frente a um modesto Vitória de Guimarães, mais dois golos de Nené. O 14º no campeonato, o seu quarto 'bis'. De um jogador que chegou a Portugal numa espécie de digressão promocional de jogadores dispensáveis do Cruzeiro e que hoje está a atrair atenções de todos aqueles que vejam futebol, adeptos ou responsáveis. Numa altura em que tem previsivelmente os melhores anos pela frente, as suas características (indiscutivelmente de topo, ao lado dos melhores avançados do futebol português), dão origem a amontoados de relatórios de olheiros, a pedidos de informação sobre o seu passe.
Mas ainda há 8 meses atrás o seu futuro estava envolto numa grande incógnita. Por contraponto, daqui a 4/5 provavelmente estará num novo clube, dimensionalmente superior ao Nacional. Mas apesar da sua qualidade, ninguém pode ter a certeza absoluta que se vá afirmar. É certo que as suas características o tornam mais preparado para o sucesso do que muitos outros jogadores.
No entanto, se a sua falta de afirmação no Brasil, quando em comparação com Portugal, se traduz certamente num grau de exigência diferente, num futebol distinto, num sistema de treino e de potenciação de características diferente, muitos são os exemplos de jogadores que, dentro do mesmo campeonato, se afirmaram em clubes mais pequenos e não conseguiram o mesmo nos 'maiores'.
Aqui entram três factores muito importantes. Em primeiro lugar, o tempo que o clube dá ao seu novo activo para se adaptar a uma nova realidade, a novas exigências. Como referi acima, não são raros os exemplos de jogadores que tendo qualidade, entraram pela porta grande, e saíram pouco tempo depois praticamente incógnitos. Um novo clube e seus responsáveis deverão sempre perceber o ser humano, dar-lhe o espaço de manobra suficiente para que se possa afirmar.
Em consonância com o ponto anterior, entra o factor psicológico. Por vezes, dificuldades de afirmação em termos temporais, levam a um défice de confiança que se reflecte no 'seu' jogo. Aqui, e apesar de os psicólogos serem cada vez mais comuns na estrutura dos clubes, o treinador também tem um papel muito importante. Pensemos em José Mourinho no Porto. Um treinador, que para além da sua capacidade táctica e métodos de treino, é reconhecido pela confiança que transmite aos seus jogadores. Assim se explica que tenha conseguido tanto sucesso, fazendo parte da espinha dorsal da equipa, jogadores com pouca ou nenhuma experiência em grandes clubes ou competições.
Por fim, modelo e sistema de jogo. Mais do que as cargas e metodologias de treino, hoje em dia praticamente estandardizadas e uniformizadas nos clubes do topo (no sentido de retirar o máximo de rendimento dos seus jogadores), aquilo a que mais correntemente se chama de 'tácticas' influencia indubitavelmente a afirmação dos atletas. Não pode haver dúvidas acerca da premisssa de que os melhores jogadores, com as melhores características, estão mais perto de se adaptar a qualquer equipa e sua forma de jogar. Mas, esse seu ADN é muitas vezes mal explorado, ou não suficientemente exponenciado, por uma forma de jogar que não encaixa no que podem oferecer. Obviamente que é o individual quem se deve adaptar à equipa, visto que o contrário em futebol é demasiado arriscado. Mas esta adaptação terá que ser natural. Para isto as contratações devem ser feitas com critério. E por isso defendo a participação integral do treinador nesse processo de recrutamento.
Tudo o que referi espero poder acontecer positivamente com Nené. Simplesmente porque a sua qualidade merece brilhar em palcos ainda maiores a partir da próxima época.
Mas ainda há 8 meses atrás o seu futuro estava envolto numa grande incógnita. Por contraponto, daqui a 4/5 provavelmente estará num novo clube, dimensionalmente superior ao Nacional. Mas apesar da sua qualidade, ninguém pode ter a certeza absoluta que se vá afirmar. É certo que as suas características o tornam mais preparado para o sucesso do que muitos outros jogadores.
No entanto, se a sua falta de afirmação no Brasil, quando em comparação com Portugal, se traduz certamente num grau de exigência diferente, num futebol distinto, num sistema de treino e de potenciação de características diferente, muitos são os exemplos de jogadores que, dentro do mesmo campeonato, se afirmaram em clubes mais pequenos e não conseguiram o mesmo nos 'maiores'.
Aqui entram três factores muito importantes. Em primeiro lugar, o tempo que o clube dá ao seu novo activo para se adaptar a uma nova realidade, a novas exigências. Como referi acima, não são raros os exemplos de jogadores que tendo qualidade, entraram pela porta grande, e saíram pouco tempo depois praticamente incógnitos. Um novo clube e seus responsáveis deverão sempre perceber o ser humano, dar-lhe o espaço de manobra suficiente para que se possa afirmar.
Em consonância com o ponto anterior, entra o factor psicológico. Por vezes, dificuldades de afirmação em termos temporais, levam a um défice de confiança que se reflecte no 'seu' jogo. Aqui, e apesar de os psicólogos serem cada vez mais comuns na estrutura dos clubes, o treinador também tem um papel muito importante. Pensemos em José Mourinho no Porto. Um treinador, que para além da sua capacidade táctica e métodos de treino, é reconhecido pela confiança que transmite aos seus jogadores. Assim se explica que tenha conseguido tanto sucesso, fazendo parte da espinha dorsal da equipa, jogadores com pouca ou nenhuma experiência em grandes clubes ou competições.
Por fim, modelo e sistema de jogo. Mais do que as cargas e metodologias de treino, hoje em dia praticamente estandardizadas e uniformizadas nos clubes do topo (no sentido de retirar o máximo de rendimento dos seus jogadores), aquilo a que mais correntemente se chama de 'tácticas' influencia indubitavelmente a afirmação dos atletas. Não pode haver dúvidas acerca da premisssa de que os melhores jogadores, com as melhores características, estão mais perto de se adaptar a qualquer equipa e sua forma de jogar. Mas, esse seu ADN é muitas vezes mal explorado, ou não suficientemente exponenciado, por uma forma de jogar que não encaixa no que podem oferecer. Obviamente que é o individual quem se deve adaptar à equipa, visto que o contrário em futebol é demasiado arriscado. Mas esta adaptação terá que ser natural. Para isto as contratações devem ser feitas com critério. E por isso defendo a participação integral do treinador nesse processo de recrutamento.
Tudo o que referi espero poder acontecer positivamente com Nené. Simplesmente porque a sua qualidade merece brilhar em palcos ainda maiores a partir da próxima época.
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