A memória leva-me ao início da época. E a pensar na política de defeso do Sporting. Manutenção de todos os seus principais jogadores, contratações cirúrgicas, com conhecimento do campeonato português e de baixo custo. Perspectivas de aposta forte e continuada nos jovens da Academia (Patrício, Carriço, Adrien e Pereirinha).
Pensei nas saídas de Quaresma, Bosingwa e Assunção no Porto, e na revolução no Benfica, e dei por mim a achar que o Sporting talvez fosse o mais forte candidato ao título. Afinal, além da gestão desportiva e financeira, dentro das quatro linhas, o sistema e o modelo eram os mesmos das últimas épocas, com Paulo Bento a ter hipótese de, perante praticamente os mesmos jogadores, o poder aperfeiçoar, e mais, testar alternativas.
No campo, a época começou de forma muito positiva. O Sporting venceu o Porto para a supertaça de forma segura, e iniciou o campeonato com duas boas exibições em casa frente a Trofense e Belenenses, intercaladas com uma vitória 'à candidato', em Braga. Mas algo já vinha a ser perdido.
Paulo Bento não controlava totalmente o balneário. As afirmações do capitão de equipa João Moutinho, no início da época, tentando forçar a sua saída para o Everton, foram sintomáticas. Depois, os casos herdados da época passada, Stojkovic e Vukcevic. Apesar de tudo, não estando no seio da estrutura do Sporting, obviamente não conheço os contornos das duas situações. O certo é que o treinador do Sporting as resolveu de forma diferente.
Na baliza, afastou definitivamente Stojkovic, apostando firmemente em Rui Patrício. A verdade é que, mesmo considerando Stojkovic melhor tecnicamente, a aposta de Paulo Bento foi ganha. Convém não esquecer a margem de progressão do jovem internacional sub-21 português e a evolução já registada neste período.
Vukcevic foi diferente. É praticamente unânime que o 10 do Sporting é o jogador do plantel mais capaz individualmente. A equipa precisa dele para por vezes sair das amarras tácticas do adversário e por vezes do próprio sistema. Aqui mesmo que com um contributo desnecessário de Derlei (lembro-me a propósito de uma entrevista dada ao Domingo Desportivo, onde critica abertamente o colega), parece-me que ao seu estilo, o treinador do Sporting geriu bem toda esta situação. Por vezes até, Bento e Vuk fazem-me lembrar a dupla Mourinho - Adriano.
De facto Vukcevic reapareceu decisivo e em grande forma e provavelmente assim irá continuar, mesmo que haja alguma poeira a ser levantada pelo facto de estranhamente ser dado como inapto clinicamente, 24horas antes um clássico decisivo para o seu clube, por padecer de síndrome gripal.
Por fim, o caso mais crónico no balneário do Sporting. Custa-me escrever isto de Miguel Veloso, um jogador a quem reconheço grandes potencialidades, e que podia ser uma importantíssima mais valia para a selecção, num futebol onde o médio mais defensivo deixa de ser aquele que tem como missão destruir, mas que acima de tudo, deve saber ler o jogo, e ser o primeiro a construir. Esta época uma série de episódios, de birrinhas, de focalização noutros aspectos, têm impedido Veloso de fazer aquilo que sabe, para o que lhe pagam, e de cumprir o contrato que de livre e espontânea vontade, assinou. Hoje, durante a antevisão ao clássico por parte de Paulo Bento, ficamos a saber de mais qualquer coisa.
Tudo mais me espanta quando na família, tem pessoas imensamente experienciadas no mundo do futebol. Para o 24 do Sporting a solução parece-me simples: fazer aquilo que melhor sabe que é jogar de futebol, e pedir a alguém que lhe conte as estórias de Hugo Leal ou Manuel Fernandes. Por exemplo.
Enfim, a vida de Paulo Bento tem sido tudo menos fácil. Estes factos, somados a egos (factos comentados em surdina) mais complicados de Derlei, Caneira ou Rochemback, e a 'batalhas' travadas pelo Sporting em que costuma ser o único a dar o peito às balas, fazem-me apreciar o seu trabalho. A final da Taça da Liga, a qualificação inédita para os Oitavos de final da Liga dos Campeões, uma eliminação da Taça de Portugal depois de um grandíssimo jogo frente a um dos grandes, e a luta pelo título (amanhã saberemos em pormenor a solidez dessa candidatura) são bons sinais para o Sporting.
Mas falta algo para um maior crescimento e mais sustentado. A nível europeu, como já referi, o recurso a uma ou outra mais valia com maior andamento nestas provas. Internamente, algo que os campões têm de ter: espírito de missão. Se em Alvalade ainda se vai a tempo? Não sei.
É que Carriço pode estar a crescer a olhos vistos, Moutinho pode continuar a ser um poço inesgotável de equilíbrio e energia, Vukcevic pode continuar a desequilibrar, e Liedson a decidir partidas. Mas os campeonatos antes do campo, começam a ganhar-se no balneário. Cada vez admiro mais Izmailov.
Pensei nas saídas de Quaresma, Bosingwa e Assunção no Porto, e na revolução no Benfica, e dei por mim a achar que o Sporting talvez fosse o mais forte candidato ao título. Afinal, além da gestão desportiva e financeira, dentro das quatro linhas, o sistema e o modelo eram os mesmos das últimas épocas, com Paulo Bento a ter hipótese de, perante praticamente os mesmos jogadores, o poder aperfeiçoar, e mais, testar alternativas.
No campo, a época começou de forma muito positiva. O Sporting venceu o Porto para a supertaça de forma segura, e iniciou o campeonato com duas boas exibições em casa frente a Trofense e Belenenses, intercaladas com uma vitória 'à candidato', em Braga. Mas algo já vinha a ser perdido.
Paulo Bento não controlava totalmente o balneário. As afirmações do capitão de equipa João Moutinho, no início da época, tentando forçar a sua saída para o Everton, foram sintomáticas. Depois, os casos herdados da época passada, Stojkovic e Vukcevic. Apesar de tudo, não estando no seio da estrutura do Sporting, obviamente não conheço os contornos das duas situações. O certo é que o treinador do Sporting as resolveu de forma diferente.
Na baliza, afastou definitivamente Stojkovic, apostando firmemente em Rui Patrício. A verdade é que, mesmo considerando Stojkovic melhor tecnicamente, a aposta de Paulo Bento foi ganha. Convém não esquecer a margem de progressão do jovem internacional sub-21 português e a evolução já registada neste período.
Vukcevic foi diferente. É praticamente unânime que o 10 do Sporting é o jogador do plantel mais capaz individualmente. A equipa precisa dele para por vezes sair das amarras tácticas do adversário e por vezes do próprio sistema. Aqui mesmo que com um contributo desnecessário de Derlei (lembro-me a propósito de uma entrevista dada ao Domingo Desportivo, onde critica abertamente o colega), parece-me que ao seu estilo, o treinador do Sporting geriu bem toda esta situação. Por vezes até, Bento e Vuk fazem-me lembrar a dupla Mourinho - Adriano.
De facto Vukcevic reapareceu decisivo e em grande forma e provavelmente assim irá continuar, mesmo que haja alguma poeira a ser levantada pelo facto de estranhamente ser dado como inapto clinicamente, 24horas antes um clássico decisivo para o seu clube, por padecer de síndrome gripal.
Por fim, o caso mais crónico no balneário do Sporting. Custa-me escrever isto de Miguel Veloso, um jogador a quem reconheço grandes potencialidades, e que podia ser uma importantíssima mais valia para a selecção, num futebol onde o médio mais defensivo deixa de ser aquele que tem como missão destruir, mas que acima de tudo, deve saber ler o jogo, e ser o primeiro a construir. Esta época uma série de episódios, de birrinhas, de focalização noutros aspectos, têm impedido Veloso de fazer aquilo que sabe, para o que lhe pagam, e de cumprir o contrato que de livre e espontânea vontade, assinou. Hoje, durante a antevisão ao clássico por parte de Paulo Bento, ficamos a saber de mais qualquer coisa.
Tudo mais me espanta quando na família, tem pessoas imensamente experienciadas no mundo do futebol. Para o 24 do Sporting a solução parece-me simples: fazer aquilo que melhor sabe que é jogar de futebol, e pedir a alguém que lhe conte as estórias de Hugo Leal ou Manuel Fernandes. Por exemplo.
Enfim, a vida de Paulo Bento tem sido tudo menos fácil. Estes factos, somados a egos (factos comentados em surdina) mais complicados de Derlei, Caneira ou Rochemback, e a 'batalhas' travadas pelo Sporting em que costuma ser o único a dar o peito às balas, fazem-me apreciar o seu trabalho. A final da Taça da Liga, a qualificação inédita para os Oitavos de final da Liga dos Campeões, uma eliminação da Taça de Portugal depois de um grandíssimo jogo frente a um dos grandes, e a luta pelo título (amanhã saberemos em pormenor a solidez dessa candidatura) são bons sinais para o Sporting.
Mas falta algo para um maior crescimento e mais sustentado. A nível europeu, como já referi, o recurso a uma ou outra mais valia com maior andamento nestas provas. Internamente, algo que os campões têm de ter: espírito de missão. Se em Alvalade ainda se vai a tempo? Não sei.
É que Carriço pode estar a crescer a olhos vistos, Moutinho pode continuar a ser um poço inesgotável de equilíbrio e energia, Vukcevic pode continuar a desequilibrar, e Liedson a decidir partidas. Mas os campeonatos antes do campo, começam a ganhar-se no balneário. Cada vez admiro mais Izmailov.
0 comentários:
Enviar um comentário