As meias-finais

à(s) 01:18

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Por entre as conjecturas já sabidas, as meias-finais da Taça da Liga realizaram-se esta 4aF. É obrigatório no Futebol Total analisar os grandes clássicos, mas antes quero deixar umas curtas linhas para o Benfica x Vitória de Guimarães. O jogo onde Artur Soares Dias também cumpriu um minuto de silêncio em honra do pai.

A partida não foi excepcional. Antes pelo contrário, apesar de intensa, foi muitas das vezes mal jogado. O Benfica manteve-se na toada da época. Não se desequilibra muitas vezes, mas também não desequilibra o adversário. Continua a notar-se uma falta de evolução nos problemas, na qualidade exibicional da equipa, muito embora a equipa de Quique Flores continue a ganhar jogos. Relevo para o crescimento de Aimar, e para as boas exibições de Reyes e Cardozo. A propósito destes dois jogadores, duas notas. Quanto a Reyes, e comparando com Di Maria (que hoje voltou a demonstrar carências importantes), não dá para perceber a preferência última de Quique para com o argentino. O jogo no Dragão deve dar pistas para o resto da época. Em relação ao clássico, nota para a substituição de Cardozo por Di Maria (com Nuno Gomes e Mantorras no banco), quando o resultado ainda se cifrava em 0x0, o que pode ser um indicador de que Suazo poderá não estar em condições para alinhar no Domingo e o treinador do Benfica tem um plano de jogo alternativo.
O Vitória de Guimarães, é notoriamente uma equipa em crescendo, e Nuno Assis um dos principais expoentes dessa evolução. A equipa apresentou-se no habitual 4x2x3x1, e a espaços, conseguiu jogar bem no relvado da Luz. Nota para a forma metódica e progressiva com que Manuel Cajuda tem integrado os reforços de Inverno.

Em Alvalde o jogo e o resultado foram mais desequilibrados do que na Luz. Já aqui me expressei acerca das opções de Jesualdo Ferreira, mas não me parece que os adeptos e responsáveis do Porto tivessem gostado de ver a prestação da equipa que defendeu o clube numa competição oficial.
Depois de estas duas equipas nos terem proporcionado, na Taça de Portugal, o melhor clássico da época, o de hoje, para a Taça da Liga, não tenho dúvidas que terá sido o pior.
O Sporting, apesar do resultado, não me parece ter realizado uma grande exibição. Pelo menos até ao 3x1, altura em que a resistência do Porto terminou. A equipa apresentou-se no sistema habitual, contudo com Vukcevic (avançado no papel) a descair muitas vezes para o lado direito, alargando o jogo da equipa, juntamente com Izmailov no flanco contrário. A defesa esteve sempre algo instável (particularmente Grimi), e no meio-campo Romagnoli teve sempre algumas dificuldades para assumir o seu jogo, criando as habituais situações de superioridade numérica numa das faixas.
Pelo contrário, Adrien realizou uma excelente exibição mostrando estar ali, na ausência de Miguel Veloso, a melhor solução para a posição 6. O luso-francês foi ainda bem secundado por Pedro Silva, Izmailov e Vukcevic, que realizaram boas exibições. Além de Derlei, claro, que com dois excelentes golos foi uma das maiores figuras do jogo. Acima de tudo, o Sporting aproveitou o facto de ter mais rotinas que o adversário, para afirmar a sua superioridade.
Do Porto, não se esperaria uma grande exibição. Nem que esta equipa fosse propriamente jogar de igual para igual com o Sporting. Contudo, a sua prestação, ao contrário do que afirmaram os seus técnicos, foi fraca. O 4x3x3 habitual com Farias, Mariano e Tarik, deu em certos momentos do jogo lugar a um 4x4x2, sempre que Mariano recuava uns metros. Aliás, o argentino foi um dos melhores jogadores do Porto, confirmando a sua subida de forma. Ele e Tomàs Costa. O resto da equipa definitivamente não esteve bem, revelando sempre dificuldades para levar perigo ao último terço do terreno. Mariano Gonzalez soltou-se bastantes vezes das marcações do meio-campo adversário, mas viu-se não raras vezes sozinho.
Em processo defensivo a equipa revelou muitas lacunas. Na primeira parte Guarín revelou muitas dificuldades na marcação, o que levou o Sporting a aproximar-se bastante da área do Porto. Mas tranquilamente Madrid (boa primeira parte do argentino), e a linha defensiva conseguiram resolver a maioria das situações. Na segunda metade nunca o Porto conseguiu 'aguentar' o Sporting. E se Stepanov, Benitez e Pedro Emanuel não ficaram nada bem na fotografia, o penalty de Sapunaru é de bradar aos céus. Enfim, uma estratégia de risco, que não deu resultado.
No próximo Domingo, dependendo do resultado do clássico com o Benfica, vamos perceber o verdadeiro sucesso deste planeamento.

Em Março, na final da Taça da Liga, um duelo muito interessante. Que será o 8º clássico do Sporting na temporada. Números atípicos. Mas, indiscutivelmente, bons para o espectáculo.

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