Notas do clássico

à(s) 14:59

quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Assistimos no passado fim-de-semana aquele que provavelmente foi o melhor clássico da época. Acredito que muito por culpa da postura do Sporting, que "obrigou" o Porto a dar o seu melhor para que, em virtude dos moldes da competição, não ficasse de fora.

As equipas entraram em campo de forma completamente oposta. Paulo Bento montou o Sporting no losango habitual, acrescentando (entre outros) Romagnoli em relação ao último clássico. A presença do argentino, principalmente nestes jogos, é fundamental para o clube de Alvalade. Jogando no vértice mais ofensivo do losango, Romagnoli procura muita das vezes uma faixa (normalmente a esquerda) causando desequilíbrios e muitas situações de superioridade numérica. O Sporting tirou grande vantagem dessa basculação do argentino e das combinações explosivas com Izmailov (o melhor jogador do Sporting), ao mesmo tempo que Postiga e Liedson desgastavam bastante a defesa do Porto.

Já o Porto entrou em campo bastante amorfo. Jesualdo Ferreira voltou a fazer uma alterações (é prática comum nestes clássicos), mas a presença de Mariano entre os titulares não se compreende, quando Rodriguez e Tomás Costa aqueciam o banco. Mariano não é o melhor jogador do mundo, mas vê-se que para além das limitações técnicas sofre também de alguma crise de confiança - e obviamente que lançá-lo num clássico destes, depois de alguns jogos longe da titularidade, não ajuda. De resto o Porto jogou com as linhas bastante recuadas, com Lisandro (?) e Mariano variadíssimas vezes a jogar no meio campo, ficando Hulk mais na frente.
Esta forma de jogar confundiu o Porto, e a avalanche ofensiva do Sporting foi crescendo. Em qualidade e intensidade. 0 1x0 ao intervalo era inteiramente justo.

Na 2a parte Rodriguez substituiu Mariano Gonzalez, mas não foi apenas isso que mudou no jogo do Porto. Lisandro juntou-se mais a Hulk na frente, e os desequilíbrios criados por Romagnoli e Izmailov na primeira parte, eram agora "imitados" por Hulk e Rodriguez na faixa esquerda do Porto. O Porto chegou ao golo do empate num lance de contra ataque, numa grande jogada de Hulk. A propósito deste tema, penso não ser coerente criticar Rochemback. Todos sabemos que o brasileiro não faz da velocidade a sua principal arma. Nem é condição essencial para se ser bom jogador de futebol, a rapidez, caso contrário as equipas seriam constituídas por 11 velocistas. Rochemback terá outras características importantes para o Sporting, e o problema naquela jogada foi ser ele a acompanhar Hulk. Numa transição defensiva rápida, não pode ser Rochemback a acompanhar o jogador mais veloz da equipa adversária.

O jogo manteve-se vivo e emotivo até ao final, com algum ascendente do Sporting, mas com o Porto a criar bastantes jogadas de perigo. O 1x1 pode considerar-se justo, até porque nenhuma equipa merecia a eliminação.

1 comentários:

Ricky_cord disse...

Também já adicionei o teu link na minha lista. Abraço