A corrida à Bola de Ouro

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terça-feira, 11 de novembro de 2008


A corrida à Bola de Ouro está a terminar. Embora a escolha pareça mais do que òbvia, vários nomes têm surgido, impulsionados pelos mais diversos lobbies, que por sua vez são patrocinados por diversos quadrantes. Desde Arshavin, passando pelos espanhóis Xavi e Casillas, e até mesmo por Kaká. Imunes a este corropio de nomes, mantêm-se os dois principais favoritos: Messi e Ronaldo.

Desde logo admito que Messi possa ter algumas esperanças na conquista do galardão. Apesar da não mais do que razoável época do Barcelona, Messi teve acções individuais espantosas que só vieram confirmar as suas extraordinárias potencialidades. Potencialidades essas que juntamente com Cristiano Ronaldo e Ronaldinho (para mim o melhor), fazem dele em talento inato, um dos três melhores do mundo. Além disso, levou a selecção Argentina à conquista do Ouro Olímpico, motivos que lhe devem valer o segundo lugar.

Por seu lado, Arshavin fez aquela que foi considerada a melhor exibição individual do Europeu (frente à Holanda), mas na competição de selecções não foi além de mais uma boa exibição (frente à Suécia). É certo que realizou óptimas campanhas no campeonato russo e na Taça UEFA (venceu ambas as competições), mas o facto de serem competições "secundárias" não lhe dará a força necessária. Mesmo impulsionado pelo poderoso lobbie russo.

Suportados também por um lobbie muito forte, aparecem os espanhóis Xavi e Casillas. Torres chegou também a ser falado mas este ano ainda não será o seu. Xavi, considerado o melhor jogador do campeonato da Europa, que venceu ao serviço da Espanha, tem o revés de jogar no mesmo clube de Messi (para além da sua prestação a nível de clubes não ter sido por aí além). Aliás, as intervenções de Joan Laporta têm sido mais a favor do argentino do que do espanhol. Casillas, igualmente campeão europeu de selecções tem uma base de apoio mais unânime: a sua "candidatura" ao ceptro é suportada incondicionalmente pelo seu clube, o principal jornal espanhol ("Marca") tem feito uma campanha gigantesca a seu favor, e mesmo para os lados da federação Espanhola parece haver mais inclinação para o guarda redes do Real Madrid. Contra si tem dois factores importantes: a trajectória curta do seu clube na última Liga dos Campeões e o facto de o prémio apenas por uma vez ter sido atribuído a um guarda-redes: Lev Yashin, há mais de 40 anos. Isto não obstante ser em minha opinião, o melhor guarda-redes do Mundo na actualidade.

Kaká foi um nome recentemente lançado pela imprensa brasileira. Penso que aqui não há dúvidas de que a sua presença neste lote se deve exclusivamente ao facto de ter sido o vencedor na época passada (com inteira justiça). Na última época, Kaká esteve muitos furos abaixo da performance que o levou à conquista da Bola de Ouro. Na Liga dos Campeões teve uma prestação não mais do que razoável, fez parte de uma das piores épocas de sempre do Milan. Penso, falando em jogadores que actuam no campeonato italiano, que Ibrahimovic merecia muito mais destaque. Talvez para a próxima época, Mourinho lhe dê uma mãozinha...

Depois há Cristiano Ronaldo. Mais de 40 golos, melhor marcador no campeonato Inglês um dos melhores do Mundo. Título de campeão e aclamação unânime como melhor jogador da Liga. Campeão europeu de clubes pelo Manchester Utd, sagrando-se o melhor marcador da competição e sendo considerado o melhor jogador. Obviamente que o Europeu ficou abaixo das expectivas em virtude da lesão, mas ainda assim foi um dos melhores marcadores na fase de apuramento. Depois, não ficou a dever nada a Messi em termos de espectacularidade nas exibições, muito menos na intensidade que coloca em campo. Além disso no Manchester Utd era Ronaldo e mais dez, e a diferença para os adversários na maior parte dos jogos chegou a parecer irreal. Por fim, em termos de dedicação ao futebol, fairplay e disciplina também não me parece que fique em nada a dever aos restantes.

Gilberto Madail, faz o seu papel, afirmando que já tem movimentado algumas influências, na medida do possível. Isto porque treinadores e capitães das equipas nacionais são quem dá a última palavra. Mas, e nacionalismos à parte, será de alguma forma vergonhoso para a história do futebol se o português não vencer este prémio, remetendo esta conquista para jogos de interesses e não para mérito individual. Mesmo que neste início de época não tenha, pelas razões que se conhecem, atingido os níveis da época passada. Penso até, que a discussão esta época, devia centrar-se apenas em quem ocupa os segundo e terceiro lugares.

Quanto aos finalistas, aposto em Cristiano Ronaldo, Messi e Casillas por esta ordem. No caso de Messi voltar a ser segundo, só uma superioridade insuspeita de outro jogador na próxima época (à imagem de Cristiano Ronaldo na época passada), lhe retirará o galardão máximo referente a 2008/2009.

Por fim fazer referência a três jogadores, que quanto a mim muito injustamente, nunca venceram o galardão: Raúl, Del Piero e Maldini. Gerrard e Ibrahimovic podem ser os próximos a fazer parte desta lista.

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